Crato considera "ultrapassada" divergência com reitores
"Sempre dissemos que aquilo que se estava a fazer era um reajuste de uma questão salarial que tinha de ser reajustada mais tarde", afiançou o governante, à margem da abertura da 10.ª edição do Simpósio "Aquém e Além do Cérebro".
E, acrescentou, "vai ser reajustada com base na execução orçamental".
O CRUP tem tecido "duras" críticas ao Governo. Em causa estão cerca de 30 milhões de euros a mais no corte previsto no orçamento do Estado deste ano.
Os reitores alertam para situações "muito difíceis" a médio prazo, lembrando que a maior dificuldade pode estar no início do próximo ano letivo.
Nuno Crato falou ainda da importância das empresas portuguesas integraram jovens "mais qualificados" nos seus quadros.
"Precisamos de mais empresas e empreendedores que invistam no amanhã e vejam a ciência como uma oportunidade para o futuro", disse.
Portugal é um dos países com mais baixa taxa de emprego de doutorados nas empresas, cerca de 2,6%, em comparação com uma taxa de 35% em países como a Holanda ou Bélgica, realçou o governante.
Nuno Crato ressalvou querer uma "cultura empresarial" que aposte mais no conhecimento e nas gerações mais habilitadas.
As empresas têm a lucrar apostando na inovação de base científica, entendeu.
"A nossa ciência está consciente do enorme contributo que pode fornecer na cadeia de produção e as nossas empresas precisam dos nossos investigadores e estão cada vez mais conscientes da importância da atividade de investigação e desenvolvimento", adiantou o governante.
Frisando que o Governo, cientistas e unidades de investigação têm estado a trabalhar para que o sistema científico nacional se torne mais interativo com as empresas portuguesas.
"Perante os desafios da descoberta científica temos de fazer mais e temos condições para produzir ainda mais ciência", concluiu.